2016

A Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda teve desde o seu primeiro dia uma enorme preocupação pelas condições de vida do Bairro da Pasteleira e o Bairro Rainha D. Leonor. Criar uma obra de apoio às famílias do Bairro Rainha D. Leonor, no que se refere à educação das crianças dos 3 aos 6 anos, é proposta que bem cedo – logo em 1967, ano de criação da paróquia – foi lançada à comunidade.
No final da década de 60, apesar dos esforços feitos, não há ainda um jardim infantil. Mas a morte por atropelamento de uma criança de quatro anos vem relançar a urgência desta obra e agitar as consciências.
O trágico acontecimento e o trabalho do Pároco de Nossa Senhora da Ajuda junto da sua comunidade para a construção do jardim infantil, despertaram a generosidade de muitos e os trabalhos preparatórios tiveram início de imediato, prevendo-se a abertura do jardim infantil e de um posto médico na Páscoa de 1968, em instalações do Bloco C, casa 25, no Bairro Rainha D. Leonor.
Em Outubro de 1968, o jardim Infantil abrigava cerca de 40 crianças dos dois bairros camarários. À sua volta gerou-se uma grande onda de solidariedade que supriu as carências de pão, leite ou açúcar de que as crianças necessitavam. Durante uma década, a Paróquia suportou todas as despesas desta obra.
O jardim infantil integrou a sua primeira Educadora de Infância no final da década de 60 e estendeu-se por três casas do bloco C do Bairro Rainha D. Leonor. Em 1987, abrigava 60 crianças oriundas maioritariamente de famílias economicamente desfavorecidas, moradoras no próprio bairro ou nas barracas da mata da Pasteleira. A gestão era, nesta data assegurada mediante um acordo com o Centro Regional da Segurança Social e pelo contributo mensal de um grupo “Amigos do Abrigo”, mas as dificuldades continuavam a ser muito grandes.

O Centro de Atividades de Tempos Livres no trabalho desenvolvido pela Paróquia, encontra os seus primórdios no ano de 1986, com a criação de um grupo de explicações com o objetivo de “… não apenas a um auxílio pontual nas dificuldades escolares mas, sobretudo, na expectativa de criar nas crianças o gosto pelo estudo.” (Chamusca, 1992). Esta atividade era desenvolvida em pré-fabricados situados no átrio da igreja e eram assegurados por jovens voluntários que frequentavam o 12º ano e a universidade.

No ano seguinte arranca o OTL (Ocupação de Tempos Livres) com um grupo de 60 crianças, oriundos do Bairro da Pasteleira e das barracas da Mata da Pasteleira, a funcionar nas salas paroquiais, com uma equipa constituída por uma Assistente Social e por uma equipa de jovens voluntários em que os objetivos eram principalmente o apoio escolar.
 
4b2215_6f3ffc498325045de794e0f3ea2188e9.png
4b2215_cb6f1d1fc9b38e0050516d5c7ed487d6.png
4b2215_f4dad0488a22d321b49effaad7fc5ee0.jpg
BairroRainhaDLeonor.png
BairrodaPasteleira.png
BarracasMatadaPasteleira.png
GrupodecrianasJardimInfantil5.png
GrupodecrianasJardimInfantil.jpg
Grupocrianasatl4.png
Grupocrianasatl2.png
Grupocrianasatl.png
GrupocrianasJardimInfantil4.png
GrupocrianasJardimInfantil3.png
Centrosocialconstruo.png
Grupodecrianasatl3.png
GrupodecrianasjardimInfantil2.png
PadreBaptista.png
Parquiaanos60.png
Parquiaanos80.png
centrosocialconstruo2.png
previous arrow
next arrow

Numa linha de agir para eliminar as raízes da pobreza, da marginalidade e das carências sócio culturais, a Paróquia tomava conhecimento, na Páscoa de 1988 dos objetivos de um empreendimento a que foi dado um nome de Centro de Acolhimento à Criança e ao Jovem em Risco (CACJR).
O CACJR incluiria três áreas: um gabinete de atendimento e acompanhamento social para dar resposta a situações de carência na área da saúde, da habitação, da educação, do emprego, da segurança social, etc.; Um espaço de acolhimento às crianças em risco incluindo uma mini creche, um infantário, um A.T.L.; e finalmente, um espaço de acolhimento ao jovem em risco, englobando formação profissional e animação cultural.
Finalmente, em 27 de Maio de 1990 com a presença do Ministro de Segurança Social e do Emprego, Doutor Silva Peneda, realizou-se a colocação da primeira pedra do empreendimento. Na ocasião, o Padre José Lopes Baptista lembrou que “… estas pedras que começam a ser postas não são outra coisa senão o muito que ao longo dos anos, desde o primeiro pároco Padre António Coelho, vimos fazendo um trabalho inovador e atento, voltado para os mais carentes da sociedade.” (Chamusca,1996).

O Centro Social da Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda foi inaugurado em 13 de Março de 1993. A construção e equipamento devem-se à comunidade paroquial tendo recebido apoios do Estado (PIDDAC), da Câmara Municipal do Porto (cedência de terreno em usufruto de superfície por noventa anos e atribuição de subsídios) e com a participação de empresas (de entre elas destaca-se a Gulbenkian) e apoios individuais.